O
papa Francisco celebra nesta quarta-feira (17) o seu 78º aniversário que,
segundo o pontífice, é um dia “totalmente normal, como os outros”, no qual
realiza a tradicional audiência pública das quartas-feiras. Na recente
entrevista ao jornal argentino "La Nación", Francisco recordou a
celebração deste dia em 2013, no qual três sem-abrigo se juntaram a ele, por
iniciativa do esmoler pontifício.
"Foi um bom gesto e aí nasceu o mito de que
tinha tomado o pequeno-almoço com os sem-abrigo, mas eu comi com todo o pessoal
da casa (de Santa Marta) e os sem-abrigo estavam lá. São dessas coisas
folclóricas que me colam", relatou.
Este ano, por ser dia de audiência geral e não
haver missa na capela da Casa de Santa Marta, onde reside o papa, o aniversário
vai ser assinalado ao almoço, “juntamente com todos os empregados”.
Jorge Mario Bergoglio foi eleito a 13 de março
de 2013 como sucessor de Bento XVI, que renunciou ao pontificado, escolhendo o
inédito nome de Francisco; é também o primeiro papa jesuíta na história da
Igreja e o primeiro pontífice sul-americano.
Francisco nasceu em Buenos Aires, capital da
Argentina, a 17 de dezembro de 1936, filho de emigrantes italianos, e trabalhou
como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia
de Jesus, licenciando-se em filosofia antes do curso teológico.
Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969,
Bergoglio foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial
dos religiosos na Argentina (1973-1979). João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar
de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo
a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998, após a morte do cardeal
Antonio Quarracino.
O primaz da Argentina foi ordenado cardeal por
João Paulo II em 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª
assembleia do Sínodo dos Bispos. Tem como lema 'Miserando atque eligendo',
frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: "olhou-o com
misericórdia e escolheu-o".
Em 21 meses de pontificado, o papa Francisco
visitou o Brasil, a Terra Santa, a Coreia do Sul, a Albânia, a Turquia e a
cidade francesa de Estrasburgo, onde passou pelo Parlamento Europeu e o
Conselho da Europa; realizou também sete viagens em Itália, incluindo uma
passagem pela ilha de Lampedusa e uma homenagem no centenário no início da I
Guerra Mundial.
Entre os principais documentos do atual
pontificado estão a encíclica "Lumen Fidei" (A luz da Fé), que
recolhe reflexões de Bento XVI, e a exortação apostólica "Evangelii
Gaudium" (A alegria do Evangelho), tendo ainda iniciado um Sínodo sobre a
Família, em duas sessões, com consultadas alargadas às comunidades católicas:
uma extraordinária realizada em outubro deste ano, e outra ordinária, em 2015.
Francisco criou um Conselho de Cardeais, com
membros dos cinco continentes, para o aconselharem no Governo da Igreja e na
reforma da ‘Constituição’ do Vaticano, e aprovou legislação para regular a
atividade financeira do pequeno Estado e da Santa Sé, com uma nova Secretaria
para a Economia.
Após a viagem à Terra Santa, reuniu no Vaticano
os presidentes de Israel e da Palestina para uma invocação pela paz, na qual
participou também o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa),
Bartolomeu I, um interlocutor privilegiado do papa. Ainda este ano, Francisco
visitou a sede da FAO em Roma e promoveu a assinatura de uma declaração
conjunta inter-religiosa contra a escravatura.
O papa convocou ainda um Ano da Vida Consagrada,
por ocasião do quinquagésimo aniversário da constituição dogmática sobre a
Igreja ‘Lumen gentium’, do Concílio Vaticano II, que no capítulo VI trata dos
religiosos, e do decreto ‘Perfectae caritatis’ sobre a renovação da vida
religiosa.
Fonte:CIDADE DO VATICANO