Ao celebrar a vocação sacerdotal neste final de semana,
nós, padres / bispos / pastores, ou seja, ministros de Deus, podemos fazer uma
autocrítica a partir das leituras bíblicas que ouvimos. Como ministro de Deus,
eu sou um homem de esperança? Eu comungo dos perigos/sofrimentos do meu povo,
ou somente dos seus bens, das suas conquistas e das suas alegrias? Uma recente
pesquisa revelou que a maior causa de desistência do ministério sacerdotal por
parte de alguns padres é a falta de fé. Eu sou um homem de fé? Cuido da minha
fé tanto quanto cuido da minha saúde e do meu bem estar? Sustentado pela fé,
Abraão aceitou residir “como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas”
(Hb 11,9). Minha casa é uma ‘tenda’, uma morada simples e provisória, ou, por
me achar rei, fiz ou pretendo fazer dela meu palácio particular? “Onde está o
vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12,34). Aquilo que dá
sentido à minha vida e me realiza verdadeiramente como pessoa é servir a Deus
atendendo pessoas, visitando doentes, ministrando sacramentos ou desfrutando
dos benefícios que a ‘vida de padre’ me oferece? Jesus deixou claro que o
administrador fiel e prudente é aquele que dá “comida a todos na hora certa”
(Lc 12,42). Eu estou servindo o povo que me foi confiado ou estou servindo-me
dele para sustentar um estilo de vida do tipo “bon vivant” (expressão francesa
que significa “boa vida” ou que qualifica determinado indivíduo
como “amante dos prazeres da vida”)? “A quem muito foi dado, muito será
pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” (Lc 12,48). Aquilo
que se exige de mim, como de qualquer ministro de Deus, é a decência, decência
não só quanto ao comportamento moral, mas também na maneira como eu administro
o dízimo e as ofertas da ‘minha’ igreja... Rezemos uns pelos outros. Nós,
ministros de Deus, estamos precisando mais do que nunca de conversão.
Padre Paulo Mazzi-(Diocese de Jabotical-SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário