Enquanto o homem e a mulher escolheram desobedecer a
Deus, Jesus escolheu obedecer, e a sua obediência se tornou caminho de salvação
para todos nós (cf. Hb 5,9). Hoje Ele nos ensina a importância de dialogar com
as tentações que surgem dentro de nós.
Toda tentação chega a nós disfarçada de um bem aparente;
ela nos promete o bem, mas produz em nós o mal. Daí a importância do
discernimento: “‘Posso fazer tudo o que quero’, mas nem tudo me convém” (1Cor
6,12). Sou livre, mas não vou permitir que a minha liberdade me torne escravo
de alguma coisa. Se os espelhos que me deram – mídia e novas tecnologias –
estão me fazendo ver o mundo de maneira doentia, eu preciso ter um olhar
crítico para estes espelhos e procurar enxergar a realidade à luz de Deus.
Assim como o Espírito de Deus conduziu Jesus para o
deserto, Ele também nos conduz ao deserto quaresmal, para que ali Deus possa
falar ao nosso coração (cf. Os 2,16). Ao mesmo tempo, é numa experiência de
deserto que nos damos conta de que o maligno também fala conosco, nos propondo
falsas soluções para os nossos problemas, falsas consolações para a desolação
que porventura estejamos passando. Assim como Jesus, precisamos nos aproximar
da Palavra de Deus, para que ela nos dê condições de separar o trigo do joio, a
voz de Deus da voz do maligno, e usarmos a nossa liberdade para escolher a vida
e não a morte, escolher obedecer a Deus e não às nossas tentações.
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