A correção do irmão que erra encontra duas dificuldades. A primeira delas é o
medo que temos de perder o afeto da pessoa que precisamos corrigir. Esse é um
medo muito comum em muitos pais hoje em dia. Eles se esquecem de que “quem ama,
educa”; quem ama, corrige. A não correção dos filhos, por medo de magoá-los ou
“machucá-los”, não é amor, mas omissão da parte dos pais. Filhos não corrigidos
por seus pais tornam-se “pessoas-problema”, problema para si mesmos, para os
pais e para a sociedade; são rios que, por não aceitarem suas margens,
transformaram-se em brejo; são árvores que, por não aceitarem ser podadas, só
conseguem produzir frutos de baixa qualidade.
A outra dificuldade no campo da correção fraterna é a “imaturidade”. Ela faz
com que a pessoa corrigida fique magoada, ressentida, e passe a olhar o irmão
que a corrigiu como seu inimigo. A verdade é que a correção é um momento
difícil para todos nós. Ela nos obriga a reconhecer que existem sombras na
nossa imagem, que não somos tão bons quanto pensamos ser e, portanto,
precisamos rever a nossa maneira de ser, de fazer as coisas e de tratar as
pessoas. No fundo, é preciso ter uma boa dose de humildade para aceitar ser
corrigido.
(Uma reflexão sobre o 23º Domingo do Tempo Comum)
Nenhum comentário:
Postar um comentário