Com o tema “A exemplo de Maria, discípulos missionários”
e o lema “Eis-me aqui, faça-se”, a CNBB busca motivar a oração pelas vocações
nas comunidades, paróquias e dioceses, além de conscientizar adolescentes e
jovens ao chamado de servir a Igreja.
A palavra vocação tem um uso bastante comum. É
compreendida, geralmente, como um dom pessoal, que cada pessoa carrega em si e
que é chamada a desenvolver ao longo da vida: fala-se de vocação musical,
médica, jurídica, por exemplo. Popularizou-se essa compreensão para a vida
profissional. Tal compreensão não deixa de ter sentido, mas ela não esgota a
riqueza de significado que a palavra abarca. Vocação significa chamado. De
forte carga religiosa, atribui-se a esse chamado um caráter divino: é Deus quem
chama o sujeito a alguma coisa.
Esse chamado, ainda que atribuído a Deus, não é algo
externo: vem de dentro de cada pessoa. Fomos criados para que nos realizemos
como pessoas, nas relações que vamos estabelecendo com o mundo que nos cerca.
Essa é a vocação fundamental de cada pessoa humana: um chamado que não deixa de
ecoar, impelindo-nos a que sejamos sempre mais humanos. As maneiras como vamos
tecendo nossa história, buscando realizar nossa humanidade, são caminhos de
seguir a esse chamado interior, que é a própria voz de Deus a ecoar em nós.
No cristianismo, às vocações foram acrescidas a
importância do serviço. Nesse sentido, encontrar nossa própria vocação, isto é,
o caminho de realização de nossa humanidade, segundo um impulso de nossa
relação com o Deus de Jesus, compreende o serviço que dispensamos à edificação
do Reino, quando todos viveremos plenamente realizados como pessoas, na
comunhão divina. Viver a nossa vocação, como realização de nossa própria
pessoa, é, também, contribuir para a santificação do mundo: assim, humanização
e santificação são faces de uma mesma moeda, tal como podemos apreender da
própria vida de Jesus, o paradigma para a realização de nossa vocação.