Por seu trabalho e inteligência, o homem
procurou sempre mais desenvolver a sua vida.
Hoje em dia, porém, ajudado antes de tudo
pela ciência e pela técnica, ele estendeu
continuamente o seu domínio sobre quase
toda a natureza; e, principalmente, graças aos meios de intercâmbio de toda espécie entre
as nações, a família humana pouco a pouco se
reconhece e se constitui como uma só
comunidade no mundo inteiro. Por isso, muitos bens
que o homem esperava antigamente obter
sobretudo de forças superiores, hoje os consegue por seus próprios meios. Portanto, bem longe de pensar que as obras
produzidas pelo talento e esforço dos homens se opõem ao poder de Deus, ou considerar a
criatura racional como rival do Criador, os cristãos, pelo contrário, estão convencidos
de que as vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza de Deus e fruto de seus
inefáveis desígnios. Quanto mais, porém, cresce o poder dos homens, tanto mais aumenta a sua responsabilidade, seja pessoal seja comunitária. Donde se vê que a mensagem cristã não
afasta os homens da tarefa de construir o mundo nem os leva a negligenciar o bem de seus
semelhantes; mas, antes, os impele a sentir esta obrigação como um verdadeiro
dever.
Fonte: Trecho da Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja
no mundo contemporâneo,
do Concílio Vaticano II
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