O evangelho nos
conta que o Senhor foi ao Jordão para ser batizado e quis ser consagrado neste
rio por sinais do céu.
Não é sem razão
que celebramos esta festa pouco depois do dia do Natal do Senhor, já que os
dois acontecimentos se verificaram na mesma época, embora com diferença de
anos; julgo que também ela deve chamar-se festa do Natal.
No dia do Natal,
Cristo nasceu entre os homens; hoje renasce pelos sinais sagrados; naquele dia,
nasceu da Virgem; hoje é gerado pelos sinais do céu. No Natal, ao nascer o
Senhor segundo a natureza humana, Maria, sua mãe, o acaricia em seu colo;
agora, ao ser gerado entre os sinais celestes, Deus, seu Pai, o envolve com sua
voz, dizendo: Este é o meu filho amado, no qual eu pus todo o meu
agrado. Escutai-o (Mt 17,5). Sua mãe o traz nos braços com ternura,
seu Pai lhe presta o testemunho de amor. A Mãe apresenta-o aos magos para que o
adorem, o Pai apresenta-o às nações para que o reverenciem.
O Senhor Jesus
foi, portanto, receber o batismo e quis que seu santo corpo fosse lavado nas
águas.
Talvez alguém
diga: “Se ele era santo, por que quis ser batizado?” Escuta: Cristo foi
batizado, não para ser santificado pelas águas, mas para santificá-las e para
purificar as torrentes com o contato de seu corpo. A consagração de Cristo é
sobretudo a consagração da água.
Assim, quando o
Salvador é lavado, todas as águas ficam puras para o nosso batismo; a fonte é
purificada para que a graça batismal seja concedida aos povos que virão depois.
Cristo nos precede no batismo para que os povos cristãos sigam confiantemente o
seu exemplo.
Dos Sermões de São Máximo de Turim, bispo-
(Séc. V)
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