Obedeçamos,
portanto, à sua excelsa e gloriosa vontade. Imploremos humildemente sua
misericórdia e benignidade. Convertamo-nos sinceramente ao seu amor.
Abandonemos as obras más, a discórdia e a inveja que conduzem à morte.
Sejamos humildes
de coração, irmãos, evitando toda espécie de vaidade, soberba, insensatez e
cólera, para cumprirmos o que está escrito. Pois diz o Espírito Santo: Não
se orgulhe o sábio em sua sabedoria, nem o forte com sua força, nem o rico em
sua riqueza; mas quem se gloria, glorie-se no Senhor, procurando-o e praticando
o direito e justiça (cf. Jr 9,22-23; ICor 1,31).
Antes de mais
nada, lembremo-nos das palavras do Senhor Jesus, quando exortava à benevolência
e à longanimidade: Sede misericordiosos, e alcançareis misericórdia;
perdoai, e sereis perdoados; como tratardes o próximo, do mesmo modo sereis
tratados; dai, e vos será dado; não julgueis, e não sereis julgados; fazei o
bem, e ele também vos será feito; com a medida com que medirdes, vos será medido (cf.
Mt 5,7; 6,14; 7,1.2).
Observemos
fielmente este preceito e estes mandamentos, a fim de nos conduzirmos sempre,
com toda humildade, na obediência às suas santas palavras. Pois eis o que diz o
texto sagrado: Para quem hei de olhar, senão para o manso e humilde,
que treme ao ouvir minhas palavras ? (cf. Is 66,2).
Tendo assim
participado de muitas, grandes e gloriosas ações, corramos novamente para a
meta que nos foi proposta desde o início: a paz. Fixemos atentamente nosso
olhar no Pai e Criador do universo e desejemos com todo ardor seus dons de paz
e seus magníficos e incomparáveis benefícios.
Trecho da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa
(séc. I)
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