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domingo, 15 de março de 2015

Além dos escândalos de corrupção

Como o próprio Papa Francisco já disse, se alguém morre de fome, ninguém se importa com isso, mas se a Bolsa de Valores cai três ou quatro pontos, o mercado financeiro e a sociedade entram em pânico.
Em nosso País, ultimamente, as notícias não têm sido boas. Além dos escândalos de corrupção, que se multiplicam, as más notícias vêm do campo da economia, o que neste domingo levará muitas pessoas às ruas para protestarem contra o atual governo. Mas exatamente hoje, no contexto em que estamos vivendo, a Palavra de Deus nos leva a refletir sobre a causa das más notícias. Fazendo uma releitura da história de Israel – particularmente, da sua capital Jerusalém – o autor do Livro das Crônicas coloca o dedo na ferida e aponta a causa da destruição de Jerusalém: eles “multiplicaram suas infidelidades” (2Cr 36,14).
Não é exatamente isso que acontece não só com o Brasil, mas com o mundo? Infidelidade. Infidelidade com a própria consciência e com Deus; infidelidade com a família e com a maneira de exercer a profissão; infidelidade com os bens públicos e com a forma como se lida com o dinheiro... Nós também vivemos hoje uma época de multiplicação de infidelidades, de tal forma que constatamos o mesmo que o autor das Crônicas: não há mais remédio (cf. 2Cr 36,16). Nossas infidelidades pessoais têm consequências sociais: “Os inimigos incendiaram a casa de Deus e deitaram abaixo os muros de Jerusalém, atearam fogo a todas as construções fortificadas e destruíram tudo o que havia de mais precioso” (2Cr 36,19).
Você reconhece imagens hoje? Casa de Deus incendiada: perseguição religiosa (Oriente Médio), perda de fé em Deus e perda de confiança em si mesmo e no ser humano. Muros abaixo: cidades desprotegidas, vidas expostas à violência (tráfico de drogas, roubos seguidos de morte, agressão no trânsito, violência sexual etc.). Construções fortificadas incendiadas: ninguém escapa da violência, da degradação moral e das consequências da corrupção. Destruição de tudo o que há de mais precioso: família, consciência moral, ética, a política como cuidado com o bem comum, fé (corrupção em diversas igrejas; líderes religiosos infiltrados na política para beneficiar os interesses de suas igrejas e não os da sociedade), justiça, paz, esperança etc.

Assim como Israel foi responsável pelos seus dias de desolação na Babilônia (70 anos!), assim nós precisamos nos perguntar qual está sendo nossa parcela de responsabilidade na desolação em que nos sentimos tantas vezes. Conforme nos mostrou o Salmo 137,4-6, somente uma coisa ajudou Israel a sobreviver à desolação (Exílio): sua fé, sua confiança de que Deus não havia se esquecido dele. Assim também, o apóstolo Paulo vem hoje nos lembrar que o nosso “Deus é rico em misericórdia... Quando estávamos mortos por causa de nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo” (Ef 2,4-5). Quando pensamos que não há mais remédio que possa nos curar dos males que se abatem sobre a humanidade, Jesus afirma que Ele foi levantado numa cruz, “para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna” (Jo 3,15).

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