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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Conheça a História e o sentido do diaconato permanente

O primeiro mártir da Igreja foi um diácono (Santo Estêvão). O termo "diácono" aparece 29 vezes nos Evangelhos. São Francisco de Assis foi diácono. Ainda assim, muitos católicos não fazem ideia do que seja um diácono...
Na Igreja primitiva, o diaconato foi criado pelos Apóstolos para permitir que os presbíteros (sacerdotes) pudessem se concentrar na essência de seus deveres sacerdotais. Enquanto isso, os diáconos assumiam a liderança das funções administrativas e caritativas da Igreja. Isso está descrito no livro dos Atos:
"Naqueles dias, como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária. Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus, para administrar. Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos este ofício. Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra. Este parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos aos apóstolos, e estes, orando, impuseram-lhes as mãos." (Atos 6, 1-6)
Com o passar do tempo, os diáconos concentraram grande poder, pois eram os principais responsáveis pela administração do patrimônio da Igreja. Essa situação ajudou a gerar tensões entre diáconos e presbíteros, e até São Jerônimo se enfiou na treta, reclamando do fato de que os diáconos estavam colocados à frente dos presbíteros (Comissão Teológica Internacional, 2002, p. 45). O Toddynho ferveu!
Uma das principais queixas era a de que a função dos diáconos havia se pervertido: eles estariam se dedicando mais à liturgia do que às funções assistenciais. Também havia uma disputa com o fato de que, quando um bispo morria ou se aposentava, um diácono poderia ser eleito para sucedê-lo, tanto quanto qualquer outro presbítero. 
Na Idade Média, se desenvolveu muito a vida monástica. E assim a assistência aos pobres começou a ser realizada mais intensamente pelos mosteiros, assim como por instituições de caridade fundadas e administradas por leigos. E a função do diácono como ministro da caridade se esvaziou. A partir do século V, inicia-se um processo de decadência do diaconato, evoluindo até o seu quase que total desaparecimento. 
Por fim, venceu o entendimento de que um presbítero poderia fazer tudo o que um diácono fazia, e acabou-se o diaconato como função "permanente" na Igreja. O diaconato seria, a partir de então, somente uma etapa transitória, até o momento em que o cristão fosse ordenado sacerdote.
Mas a roda da História está sempre girando...
E eis que, no século XX, no Concílio Vaticano II, a Igreja tomou a decisão de restaurar o diaconato exercido de forma permanente (ficando o bispo de cada diocese livre para optar por restaurar ou não o diaconato em seu território). Após muita discussão, em uma sessão emocionante (tipo FLA-FLU), 2.120 bispos e padres conciliares votaram, e o resultado da votação foi o seguinte: 1.588 foram a favor da restauração do diaconato, 525 foram contra e 7 se abstiveram. O resumo das decisões a esse respeito foi publicado na encíclica Lumen Gentium e, depois, no documento Sacrum diaconatus ordinem.
O diaconato, é importante notar, não foi restaurado no CV II no exato formato da Igreja primitiva. Uma das diferenças é que, na hierarquia, o diácono está abaixo do bispo e do presbítero.
O sacramento da ordem possui três graus:
  • a ordem episcopal (bispos);
  • o presbiterado (padres);
  • o diaconato (diáconos).
O diácono casado é membro do clero – não é um leigo! Por isso mesmo ele usa traje clerical, nas ocasiões em que está servindo na Igreja. Ele pode:
  • pregar;
  • batizar;
  • presidir cerimônias de casamento;
  • ler o Evangelho na missa e fazer a homilia;
  • preservar e distribuir a Eucaristia;
  • dar aconselhamentos;
  • dar bênçãos;
  • levar o viático aos moribundos;
  • presidir ritos funerários etc.
O diácono não participa ministerialmente do sacerdócio de Cristo. Por isso, ele NÃO PODE:
  • celebrar a missa;
  • dar a unção dos enfermos;
  • ouvir Confissões e absolver os pecados dos penitentes.
O candidato a diácono só pode ser ordenado se a sua esposa concordar formalmente com isso. Afinal, certamente a família terá que fazer importantes renúncias, já que a maior parte do serviço prestado pelos diáconos costuma ser realizada nos fins-de-semana – justamente quando os maridos, em geral, se dedicam às tarefas de casa e ao lazer com a família.
Especialmente nas paróquias em que só há um padre, a presença de um bom diácono é valiosa, impedindo que o pároco fique sobrecarregado em suas tarefas pastorais e ministeriais.
O diácono permanente deve ter uma profissão, pois, diferente do padre, ele não recebe salário da Igreja (há exceções).
Caso se torne viúvo, o diácono não poderá se casar novamente. Se completar os estudos no seminário e receber autorização especial do bispo, poderá ser ordenado padre.
Se você é um bom marido e bom cristão, e tem ao menos 35 anos, pode apresentar o seu pároco ou bispo o desejo de ingressar na escola diaconal de sua diocese. Já pensou nessa possibilidade?

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