Na conjuntura atual, é possível perceber que quase
todas as igrejas espalhadas, sejam protestantes, sejam católicas são como
empresas que devem ser geridas. Ou seja, nela há entradas, saídas, despesas
fixas, tais como aluguel, corpo de funcionários, contas de água, luz, telefone
etc, que em nada difere de uma empresa normal.
Até aí, nada estranho para uma estrutura de aglomeração
de pessoas que precisa se manter. No entanto, um dos maiores riscos desse tipo
de gestão é perder qual é a missão para o qual a Igreja nasceu. Não
dificilmente, no afã de uma gestão eficiente que usa os recursos de maneira
eficaz e controla suas receitas e suas despesas de maneira a gerar um fundo de
caixa para a comunidade, perde-se de vista o caráter filantrópico, sacrificial
e de doação que está na origem do nascimento da Igreja, como relatado no livro
de Atos. Perde-se de vista que mais importante que o lucro é a comunidade e o
amor que é encontrado nela, lembrando ser essa a marca registrada dos
discípulos de Jesus.
Atentar-se para os limites da organização de maneira que
eles não tirem o foco daquilo que é essencial para uma comunidade que se diz
cristã se torna, então, tarefa imprescindível para todos e todas que estão nos
diversos cargos administrativos das igrejas espalhadas pela Terra.
Mais do que uma comunidade que gere receitas, a Igreja é
chamada para ser uma comunidade de entrega e de amor que se dá a toda pessoa
que necessita de ajuda e amparo. Dessa forma, não é uma administração que gera
lucro financeiro para a Igreja aquela que deve ser almejada, antes uma
administração que concilie uma boa gestão dos recursos sem esquecer que o mais
importante de toda essa história, bem como a razão de ser da Igreja, está em
seguir o exemplo de Cristo, a saber, de assumir a carne do mundo para sofrer
suas dores e propor a esperança de que a morte não tem a última palavra, visto
sermos testemunhas de que a vida a venceu.
Dessa forma, para a Igreja serve o adágio: Administrar
recursos, sim. Esquecer as pessoas, jamais.
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