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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Vaticano denuncia exploração da Amazônia e violação dos direitos dos povos indígenas


O Vaticano denuncia num novo documento sobre a Amazônia a exploração levada a cabo por “interesses econômicos” que ameaçam a natureza e os direitos dos povos indígenas.
“A riqueza da selva e dos rios da Amazônia está ameaçada pelos grandes interesses econômicos que se alastram sobre diferentes regiões do território. Tais interesses provocam, entre outras coisas, a intensificação do desmatamento indiscriminado na selva, a contaminação dos rios, lagos e afluentes”, assinala o texto preparatório da assembleia especial do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que o Papa convocou para 2019.
O texto, divulgado na manhã desta sexta-feira (08) pela sala de imprensa da Santa Sé, defende que este Sínodo especial deve “encontrar novos caminhos para fazer crescer o rosto amazônico da Igreja e também para responder às situações de injustiça da região”.
Entre as situações denunciadas elenca-se o “neocolonialismo configurado pelas indústrias extrativistas, pelos projetos de infraestrutura que destroem sua biodiversidade e pela imposição de modelos culturais e económicos estranhos à vida dos povos.
A assembleia de bispos foi anunciada pelo Papa a 15 de outubro de 2017 e vai refletir sobre o tema ‘Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral se realizará em outubro de 2019’.
“As relações harmoniosas entre o Deus Criador, os seres humanos e a natureza estão quebradas por causa dos efeitos nocivos do neoextrativismo e por pressão dos grandes interesses económicos que exploram o petróleo, o gás, a madeira, o ouro, e pela construção de obras de infraestrutura e pelas monoculturas agroindustriais”.
O documento do Vaticano alerta para as consequências da “cultura dominante de consumo e descarte” sobre a natureza, que tem gerado uma “profunda crise”.
A Igreja Católica atua na região através da Rede Eclesial Pan-Amazônica, REPAM, que inclui representantes de comunidades católicas de nove territórios: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana-Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
“A Amazônia, uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja”, assinala o texto preparatório do Sínodo de 2019.
A bacia amazônica é apresentada como uma das “maiores reservas de biodiversidade” do planeta, cujos povos são hoje marcados pela “pobreza produzida ao largo da história” e da “mudança de valores decorrentes da economia mundial, na qual prevalece o valor lucrativo sobre a dignidade humana”.
“Um exemplo disso é o crescimento dramático do tráfico de pessoas, especialmente o de mulheres, para fins de exploração sexual e comercial”, assinala a Santa Sé.
O documento alude ainda à necessidade de “regularização de terras e do reconhecimento de sua propriedade ancestral e coletiva” por parte dos povos indígenas na Pan-Amazônia.
“Proteger os povos indígenas e seus territórios é uma exigência ética fundamental e um compromisso básico dos direitos humanos”, sustenta o Vaticano.
O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
Até hoje houve 14 assembleias gerais ordinárias e três extraordinárias, as últimas das quais dedicadas à Família (2014 e 2015); em outubro, o Vaticano recebe uma assembleia ordinária do Sínodo, sobre os jovens.

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