Por esse motivo, Jesus contou a parábola do bom
samaritano: àquele homem que caíra nas mãos dos ladrões, e fora despojado de
todas as vestes, maltratado e deixado semimorto, atou-lhe as feridas, tratou-as
com vinho e óleo e, tendo colocado em seu jumento, deixou-o numa hospedaria
para que cuidassem dele; pagou o necessário para o seu tratamento e ainda prometeu
dar na volta, o que porventura se gastasse a mais.
Mostrou-nos ainda a condescendência e bondade do pai que
recebeu afetuosamente o filho pródigo que voltava como o abraçou porque
retornara arrependido, revestiu-o de novo com as insígnias de sua nobreza
familiar e esqueceu todo o mal que fizera. Pela mesma razão, reconduziu ao
redil a ovelhinha que se afastara das outras cem ovelhas de Deus e fora
encontrada vagueando por montes e colinas. Não lhe bateu nem a ameaçou nem a
extenuou de cansaço; pelo contrário, colocando-a em seus próprios ombros, cheio
de compaixão, trouxe-a sã e salva para o rebanho.
E deste modo exclamou: Vinde a mim todos vós que
estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei
descanso. Tomai sobre vós o meu jugo (Mt 11,28-29). Ele chamava de jugo os
mandamentos ou a vida segundo os preceitos evangélicos; e quanto ao peso, que
pela penitência parecia ser grande e mais penoso, acrescentou: O meu jugo
é suave e o meu fardo é leve (Mt 11,30).
Outra vez, querendo nos ensinar a justiça e a bondade de
Deus exortava-nos com estas palavras: Sede santos, sede perfeitos, sede
misericordiosos, como também vosso Pai celeste é misericordioso (cf. Mt
5,48; Lc 6,36). E: Perdoai, e sereis perdoados (Lc 6,37). Tudo quanto
quereis que os outros vos façam, fazei também a eles (Mt 7,12).
Das Cartas de São Máximo, o Confessor, abade-(Sec. VII)
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