É esta a imensa graça dos mistérios
celestes, é este o dom da Páscoa, é esta a
grande festa anual tão esperada, é este o princípio da nova criação. Nesta solenidade, os novos filhos que são gerados nas águas vivificantes da
santa Igreja, com a simplicidade de crianças recém-nascidas, fazem ouvir o
balbuciar da sua consciência inocente. Nesta solenidade, os pais e mães cristãos
obtêm, por meio da fé, uma nova e inumerável descendência. Nesta
solenidade, à sombra da árvore da fé, brilha o esplendor dos círios com o fulgor
que irradia da pura fonte batismal. Nesta solenidade, desce do céu o dom da
graça que santifica os recém-nascidos e o sacramento espiritual do admirável
mistério que os alimenta. Nesta solenidade, a assembleia dos fiéis,
alimentada no regaço materno da santa Igreja, formando um só povo e uma só
família, Este é o dia que o Senhor fez para
nós, alegremo-nos e nele exultemos (Sl 117,24). Mas, pergunto,
que dia é este? Precisamente, aquele que nos trouxe o princípio da vida, a
origem e o autor da luz, o próprio Senhor Jesus Cristo que de si mesmo afirma:
Eu sou a luz. Se alguém caminha de dia, não tropeça (Jo 8,12; 11,9),
quer dizer, aquele que em todas as coisas segue a Cristo, chegará, seguindo os
seus passos, ao trono da eterna luz. Assim pedia ele ao Pai em nosso favor,
quando ainda vivia em seu corpo mortal, ao dizer: Pai, quero que onde eu
estou, aí estejam também os que acreditaram em mim; para que assim como tu estás
em mim e eu em ti, assim também eles estejam em nós (cf. Jo 17,20s).
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