EXPEDIENTE: (PASCOM-SJO)

PASCOM-SJO Edição/Redação/Coordenação: Márcio Neves / Transmissão online: Gustavo Calandrin - Arte final: Henrique Gasparini - Assessoria: Pe. Daniel Rosa

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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Espaço do leitor: É preciso sair da margem de si mesmo(a)

"Vamos para a outra margem!" (Mc 4,35). Eis o convite que Jesus nos faz
hoje. Eis o desafio que Ele nos lança: 'Vamos fazer a travessia! Está
na hora de você sair da margem de si mesmo(a). Está na hora de
enfrentar uma mudança que é necessária para a sua vida. Vamos! Eu vou
com você! Eu estou com você nessa travessia!', nos diz o Senhor Jesus.

De qual travessia Jesus está falando? Daquela travessia que nos tira da
nossa acomodação e da nossa adaptação a uma situação de vida
pessoal e social injusta, doentia, indigna, desumana... "Há um tempo em
que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso
corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos
lugares. É o tempo da travessia. E se não ousarmos fazê-la, teremos
ficado para sempre à margem de nós mesmos" (_Tempo de Travessia_ -
Fernando Pessoa).
O que significa ficar à margem de nós mesmos? Significa desconhecer a
nossa própria força, a nossa própria verdade; significa desconhecer o
rosto do verdadeiro Deus e o Seu desígnio de amor e salvação para
conosco e para com a humanidade; significa continuar a nos deixar
oprimir, adoecer e manipular por pessoas e situações injustas que
ferem a nossa dignidade de pessoas e de filhos de Deus.
A travessia é boa e necessária! A travessia tem um sabor pascal, um
passar de uma situação de morte para uma situação de vida. Porém,
toda travessia tem um risco, e esse risco se chama "tempestade". Às
vezes, a tempestade vem antes da travessia. Na verdade, muitas vezes
nós só nos dispomos a fazer a travessia para a outra margem porque
fomos atingidos por uma tempestade. Neste caso, a tempestade foi
necessária para nos acordar, para nos despertar de uma vida construída
na mentira e não na verdade. Quantas pessoas "acordaram para a vida"
depois de um acidente, de uma doença, de um desemprego, de um fim de um
relacionamento, e se redescobriram, e redefiniram suas prioridades, e
voltaram a se sentir vivas de verdade?

Contudo, muitas vezes a tempestade se apresenta como um obstáculo à
travessia. É quando a voz do medo fala conosco e tenta nos convencer de
que é melhor não atravessar; é melhor continuar a tentar sobreviver
na margem onde nos encontramos; é melhor não arriscar a buscar uma
vida mais digna, mais plena. Sem dúvida, a voz do medo fala conosco do
meio das nossas tempestades. Mas ela não é a única! "O Senhor
respondeu a Jó do meio da tempestade..." (Jó 38,1). E o Senhor Deus
disse ao mar agitado: "Até aqui chegarás, e não além" (Jó 38,11).
Sim! Deus fala conosco do meio das nossas tempestades: 'Vamos! Eu estou
com você nessa travessia!' Ao mesmo tempo, Ele declara que colocou um
limite para a tempestade, para o mar que parece querer nos afogar: 'Até
aqui, e não além!'.
Quantas pessoas, no passado, sobreviveram às suas tempestades cantando
em seus corações: "Se as águas do mar da vida quiserem te afogar,
segura na mão de Deus e vai!"? Assim, hoje devemos segurar na mão de
Deus enquanto fazemos a nossa travessia, gritando ao Senhor em nossa
aflição e sendo libertos por Ele da nossa angústia, pois Ele tem o

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