Caríssimos leitores e leitoras: quero convidá-los a refletir
sobre um dos títulos pelo qual veneramos Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe: Nossa
Senhora do Desterro, Padroeira da nossa cidade e Diocese de Jundiaí. Essa
devoção mariana nasceu inspirada pela passagem bíblica contida em Mt 2,13-23. A
narrativa, única em todo o Evangelho, conta a fuga da Sagrada Família para o
Egito e a volta para a cidade de Nazaré, na região da Galileia. Pois, temendo
pela segurança do Menino Jesus, Maria e o “justo” José, acolhendo a mensagem do
anjo do Senhor, fogem da cidade de Belém para ficarem a salvo da perseguição do
rei Herodes, temeroso de que a vinda de outro rei pudesse sombreá-lo. De fato o
verbo “desterrar” (de onde vem o termo “desterro”) significa “exilar’ ou
“isolar”. Caríssimos leitores e leitoras: nesta data tão bonita a nossa prece é
dirigida de modo especial aos moradores da cidade e da Diocese de Jundiaí, para
que Maria interceda por nós e nos ajude na construção de um mundo mais justo,
fraterno e solidário. Como não lembrar também, nesta data, tantos refugiados da
América Latina que são obrigados a abandonar seus lares em busca de um futuro
melhor. Também em nossas cidades os refugiados haitianos se fazem mais
presentes! Não podemos nos esquecer ainda dos inúmeros cristãos perseguidos por
causa da fé em Jesus Cristo, principalmente no Oriente Médio. O Papa Francisco,
diversas vezes, tem alertado o mundo sobre o drama dos migrantes e dos
refugiados. Na Mensagem que ele lançou por ocasião do Dia Mundial do Migrante e
do Refugiado, com o tema: “Igreja sem fronteiras, mãe de todos" (03 de
setembro de 2014), afirmou: “À globalização do fenômeno migratório é preciso
responder com a globalização da caridade e da cooperação, a fim de se humanizar
as condições dos migrantes. Ao mesmo tempo, é preciso intensificar os esforços
para criar as condições aptas a garantirem uma progressiva diminuição das
razões que impelem populações inteiras a deixar a sua terra natal devido a guerras
e carestias, sucedendo muitas vezes que uma é causa da outra”. Queridos
leitores e leitoras: Encontremos na devoção à Nossa Senhora do Desterro
esperança para prosseguir enfrentando os males deste mundo. Filhos desterrados
que ainda somos, possa a Virgem Maria mostrar-nos sempre o Menino Jesus,
bendito fruto de seu imaculado ventre, a fim de continuarmos caminhando rumo à
Pátria Celeste e definitiva. E como disse o Papa, na conclusão da referida
Mensagem: “Queridos migrantes e refugiados! (...) Pensemos na Sagrada Família
exilada no Egito: como no coração materno da Virgem Maria e no coração solícito
de São José se manteve a confiança de que Deus nunca nos abandona, também em
vós não falte a mesma confiança no Senhor”. Assim seja. DOM VICENTE COSTA é
bispo diocesano de Jundiaí, que congrega 11 municípios da Região
fonte:http://www.jj.com.br/colunistas-1608-nossa-santa-padroeira
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