Márcio Neves - (Pascom-SJO) |
“Os empregados perguntaram ao dono do campo: ‘Queres que
vamos arrancar o joio?' O dono respondeu: ‘Não! Pode acontecer que, arrancando
o joio, arranqueis também o trigo. Deixai crescer um e outro até a colheita!’”
(Mt 13,28-30).
Jesus quis nos contar a parábola do joio para nos ensinar
que não existe uma religião pura, uma igreja pura, um partido político puro,
uma pessoa pura. Em todo ser humano e em todas as estruturas humanas existem o
bem e o mal, o perfeito e o imperfeito, o “já” e o “ainda não”, a capacidade e
o limite, a força e a fraqueza. Nossa tentação sempre é a de eliminar um dos
polos, ficando somente com o outro. Mas isso, além de ser impossível, nos
tornaria “aleijados”, soberbos, arrogantes, convencidos de que já estamos
prontos.
Ninguém está pronto. Nenhum ser humano já está definido
como joio (pessoa má) ou como trigo (pessoa boa). Todos nós estamos em
processo; todos nós estamos cultivando o campo da nossa existência, e ainda não
claro se o que prevalecerá nesse campo será o joio ou o trigo.
Enfim, em nosso processo de crescimento e de
amadurecimento, não nos esqueçamos de que “o Espírito vem em socorro da nossa
fraqueza” (Rm 8,26). Ele é o princípio do bem em nós. Ele nos faz pacientes e
tolerantes com o joio que há em nós e nas outras pessoas.
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