Há 60 anos, a Virgem Maria, numa inspiração, pediu a Kiko Arguello que fizesse "comunidades como a Sagrada Família de Nazaré, que vivam em humildade, simplicidade e louvor, onde o outro é Cristo".
Aos olhos da fé, sabemos que nossa vida não se move num acaso sem sentido, na coincidência, na sorte ou no azar, mas a partir do desígnio de Deus, que faz com que todas as coisas contribuam para o nosso crescimento, para o nosso amadurecimento e a nossa santificação (cf. Rm 8,28). Neste sentido, a presença do “outro” na minha vida não é algo acidental, mas providencial: Deus me quer junto daquela pessoa para ensinar algo a mim e a ela. Deus quer que a minha convivência com “o meu irmão” torne melhor a mim e a ele. Deus coloca cada um de nós na vida de uma outra pessoa para “vigiar sobre ela”, no sentido de ajudá-la a caminhar na verdade e a ser reconduzida para junto de Deus sempre que, por descuido, se afastar d’Ele. Se eu não me interessar pela salvação do meu irmão, ele provavelmente se destruirá por falta da minha ajuda, mas eu responderei diante de Deus pela destruição dele!
O problema é que o “meu irmão”, assim como eu, é alguém falho; alguém que pode errar feio e “pisar na bola” comigo. Nesse caso, Jesus nos propõe um caminho de tentativa de recuperação do “irmão”. O próprio Jesus já havia dito que não é da vontade do Pai do céu que nenhuma pessoa se perca (cf. Mt 18,14). Por isso, devemos fazer o que está ao nosso alcance para “corrigir o irmão”, o que implica, primeiramente, uma tentativa de falar a sós com ele. O caminho para Deus passa necessariamente pela minha convivência com o “meu irmão”.
por Márcio Neves-Pascom
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