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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Estagnados na liturgia: Um desafio para as equipes de celebração

Papa Francisco repete que os medos, as dúvidas, a falta de audácia... podem impedir pela raiz que se possa impulsionar a renovação que necessita hoje a Igreja. Na sua Exortação “A alegria do Evangelho” chega a dizer que, se ficamos paralisados pelo medo, uma vez mais podemos ficar simplesmente como “espectadores de uma estagnação infecunda da Igreja”.
As suas palavras fazem pensar. Que podemos perceber entre nós? Estamos nos mobilizando para reavivar a fé das nossas comunidades cristãs, ou continuamos instalados nessa “estagnação infecunda” de que fala Francisco? Onde podemos encontrar forças para reagir? Uma das grandes contribuições do Concílio foi de impulsionar o caminho desde a “missa”, entendida como uma obrigação individual para cumprir um preceito sagrado, para a “eucaristia” vivida como celebração gozosa de toda a comunidade para alimentar a sua fé, crescer em fraternidade e reavivar a sua esperança em Cristo.Sem dúvida, ao longo destes anos, temos dado passos muito importantes. Ficam muito longe aquelas missas celebradas em latim em que o sacerdote “dizia” a missa e o povo cristão vinha “ouvir” a missa ou “assistir” à celebração. Mas, não estamos celebrando a eucaristia de forma rotineira e aborrecida?Há um fato inegável. As pessoas estão se afastando de forma imparável da prática dominical porque não encontram nas nossas celebrações o clima, a palavra clara, o rito expressivo, a acolhida estimulante que necessita para alimentar a sua fé débil e vacilante.

Sem dúvida, todos, pastores e crentes, temos de nos perguntar que estamos fazendo para que a eucaristia seja, como quer o Concílio, “centro e cúpula de toda a vida da comunidade cristã”. Porém, basta a boa vontade das paróquias ou a criatividade isolada de alguns, sem mais critérios de renovação?A Ceia do Senhor é demasiado importante para que deixemos que continue se “perdendo”, como “espectadores de uma estagnação infecunda”. Não é a eucaristia o centro da vida cristã? Como permanece tão calada e imóvel a hierarquia? Por que é que nós crentes não manifestamos a nossa preocupação e a nossa dor com mais força?O problema é grave. Temos de continuar “estagnados” num modo de celebração eucarística, tão pouco atrativo para os homens e as mulheres de hoje? É esta liturgia que temos repetido desde séculos a que melhor pode ajudar-nos a atualizar aquela ceia memorável de Jesus onde se concentra de modo admirável o núcleo da nossa fé?
Instituto Humanitas Unisinos-(José Antonio Pagola é teólogo)

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