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Assistimos a verdadeira ocupação das redes e mídias sociais
por parte de fiéis leigos e presbíteros. Todos imbuídos de fazer chegar às
casas de paroquianos uma palavra para esse tempo de dificuldades.
Cotidianamente, convivemos nas redes com anúncios de transmissões de missas,
celebrações da palavra, rezas e orações, pregações e formações, etc., tudo ao
alcance da Igreja-doméstica. No entanto, diante dessas práticas devemos nos
perguntar se acaso elas ocorrem no intuito de formar a consciência para a
Igreja doméstica – experiência mais apropriada para esse momento histórico? –
ou se estamos transpondo o paradigma igreja-matriz para a modalidade virtual. O
intuito desta reflexão não é confrontar os dois modelos destacados acima. Há
outros que também poderiam ter sido tomados como exemplo. Os escolhemos porque
reforçam uma situação histórica na vida da Igreja que exige práticas eclesiais
cada vez mais imbuídas de uma teologia na esteira do Concílio Vaticano II. Há
comunidades no Brasil e no mundo que recebem a visita de presbíteros ou bispos
apenas uma vez por ano. Ainda assim, nutrem-se da Palavra de Deus e se reúnem
periodicamente para fazer orações e celebrar a fé e a vida. Alguém poderia
dizer a essas pessoas que não celebram o mistério pascal de Cristo? Não.
Primeiro, por causa do seu sacerdócio comum e do batismo. Segundo, porque estão
reunidas na fé comum da Igreja na qual foram e são continuamente iniciadas. E
embora não acorram desejavelmente à eucaristia semanal, podemos dizer que
também são Igrejas? A resposta é positiva.
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