O cartaz de 2020 foi enviado pela Lillian Santos Gomes, 35 anos, moradora de Porto Alegre-RS. Na arte, vemos mãos de acolhida - representando todos os povos - circundando a peça. Ao centro, temos um bote com migrantes e um barco a acolhê-los, numa alusão às muitas ONGs que, hoje, fazem esse trabalho de resgate no Mar Mediterrâneo e em outras localidades. Corações aquecidos e pombas brancas da paz, que também representam o Espírito Santo, são os outros componentes do desenho... que traz em si o tema da SOUC 2020:
Gentileza gera Gentileza.
"Gentileza gera Gentileza
(Cf.: Atos 28:2)
Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade
Cristã de 2020 foram preparados pelas Igrejas cristãs em Malta. Todos os
anos, em 10 de fevereiro, muitos cristãos da ilha celebram a festa do naufrágio
do apóstolo Paulo, destacando e agradecendo a chegada da fé cristã nesse
território. A leitura de Atos usada na festa este ano foi o texto escolhido para
a SOUC 2020.
A história começa com Paulo sendo levado a Roma
como prisioneiro (At 27:1). Paulo está preso, mas mesmo numa viagem que se
torna perigosa, a missão de Deus continua através dele.
A narrativa é um clássico drama da humanidade. O
relato informa que os passageiros do navio estão expostos às forças dos mares e
das poderosas tempestades que se erguem ao seu redor. Essas forças os levam a
um território desconhecido, onde estão perdidos e sem esperança.
As 276 pessoas a bordo são divididas em grupos
distintos. O centurião e seus soldados têm poder e autoridade, mas
dependem da perícia e da experiência dos marinheiros. Embora todos estejam
assustados e vulneráveis, os prisioneiros são os mais vulneráveis de todos.
Suas vidas são consideradas dispensáveis, eles estão em risco de uma execução
sumária (At 27:42). À medida em que a história se desenvolve, sob pressão e
temendo por suas vidas, vemos desconfiança e suspeita ampliando as divisões
entre os diferentes grupos. Notavelmente, porém, Paulo se ergue como um centro
de paz no tumulto. Ele sabe que sua vida não é governada por forças
indiferentes ao seu destino, mas está segura nas mãos do Deus a quem ele
pertence e serve (At 27,23). Por causa de sua fé, ele está confiante de que se
erguerá diante do imperador em Roma. É a força da fé que encoraja Paulo a se
erguer diante de seus companheiros de viagem e dar graças a Deus. Todos passam
a ficar encorajados. Seguindo o exemplo de Paulo, eles partilham pão, unidos
numa nova esperança e confiando em suas palavras.Esta experiência de confiança
aponta para o tema principal dessa passagem: a providência divina. Foi decisão
do centurião navegar em tempo ruim. Entretanto, durante a tempestade, os
marinheiros é que devderiam decidir como conduzir o navio para garantir
segurança à tripulação. Com o agravamento da situação, os planos dos
marinheiros precisaram ser alterados. A única alternativa possível seria
permanecer juntos e permitir que o navio naufragasse. Estão à deriva, nas mãos
de Deus. Foram salvos pela divina providência. O navio e toda a sua valiosa
carga se perderam, mas todas as vidas foram salvas.
Esse grupo de pessoas diversas, e em conflito, desembarca em
uma ilha (At 27:26). Tendo sido jogados juntos pelo mesmo navio, chegam ao
mesmo destino. Lá, são recebidos com muita hospitalidade e amorosidade pelos
nativos da ilha, que desconheciam os conflitos internos do grupo náufrago. Ao
se unirem ao redor do fogo, cercados por um povo que nem os conhece nem os
compreende, diferenças de poder e posição social se esvaem. Os 276 náufragos
não estão mais na dependência de forças indiferentes, mas envolvidos pela
amorosa previdência de Deus, que se revela através de um povo que os acolheu
com uma “Gentileza fora do comum” (At 28:2). Com frio e molhados, eles podem se
aquecer e secar perto do fogo. Com fome, recebem comida. São abrigados até que
seja seguro para eles continuar a viagem. É uma Gentileza capaz de transformar
qualquer conflito e animosidade.
fonte: E-BOOK DA SOUC 2020
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